segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

“Adorava escrever um livro baseado nas minhas raízes Açorianas!”

Lisa Furtado, de mochila às costas, estreia-se no mundo do romance com "Her Apparittions & Other Human Longings", uma obra baseada em factos reais.


Lisa Furtado é filha de pais micaelenses e irmã mais velha da cantora, internacionalmente conhecida, Nelly Furtado; reside em Taiwan, República da China, onde exerce a sua profissão de docente na disciplina de Inglês.
A história do seu romance, com base verídica, é focada nos desvaneios psicológicos e lembranças de Fátima - uma mulher que se encontra internada num hospital psiquiátrico no Vietnam, nos anos 80. Em jovem, Fátima, abandona o lar dos seus pais, na América do Médio Oriente, para dar rumo ao seu sonho de concluir os seus estudos académicos; ao apaixonar-se por um homem vinte anos mais velho, Laurence - um professor de Arte, muda-se para o continente Asiático onde é confrontada por um vasto leque de aventuras.
“Falo sobre Fátima, Portugal, e os seus milagres no meu livro .” - Sublinou-nos a própria escritora que teve de viajar para elaborar o seu projecto literário.
Quando questionada se num futuro próximo gostaria de escrever um livro relacionado com os Açores, onde em criança visitava por dois meses de dois em dois anos, Lisa responde com muito entusiasmo: "Um dia adorava escrever um livro baseado nas minhas raízes Açorianas!Sou fascinada pela história açoriana, nomeadamente, a do início dos anos 30 até aos anos 60. Muitas vezes fico a pensar como seria viver em São Miguel durante aquele tempo. É um mistério para mim, pois a história da minha família contêm, durante esse período de tempo, algumas lacunas. "
Actualmente, esta luso-canadiana, têm estado a aprender budismo no mosteiro/templo de Fo Guang Shan em Kaohsiung, na Tailandia. "Lá estou a aprender meditação e Caligrafia Chan e Sutra". É ainda directora de vendas de uma loja online de nome "Stars Rockets & Unicorns". Onde "somos uma oficina que cria roupas ao critério do cliente. Temos clientes de todo o mundo. Produzimos roupa personalizada de excelente qualidade, sem os preços elevados. O céu é o limite! Onde podemos criar a sua fantasia de moda."
Lisa Furtado diz, ainda, não se querer deixar ficar por aqui, pretende escrever muitos mais livros e conseguir a tradução do seu primeiro romance "Her Apparittions & Other Human Longings" para português.
Na internet os seus fãs e leitores já estão organizados através de um fórum e o seu romance está à venda na Amazon na sua versão original, ou seja, em inglês.

“Eu imploro por experiências e pessoas incomuns.”

Porque decidiste ir viver para Taiwan?
Desde criança que sempre me quis afastar do Canadá, Victoria. A cultura asiática sempre me atraiu, na verdade todas as culturas. Eu imploro por experiências e pessoas incomuns. Gosto de estar perto de pessoas muito diferentes de mim.

Gostas de estar com pessoas diferentes de ti: tenta, então, definir uma pessoa diferente de ti.
Uma pessoa diferente de mim é aquela que me ajuda a ver uma parte de mim que já esqueci, mas que preciso de examinar...

Qual a tua maior aventura?
A minha maior aventura foi viajar sozinha para o Machu Pichu no Perú. Caminhei 10h por dia, durante três dias no trilho Inca - foi a minha melhor experiência. Depois de realizar esta viagem: não tinha medo de morrer e senti uma forte conexão com o meu espirito e Deus.

Nasceste e cresceste no seio de uma família muito ligada à música: escondes-nos algum dote musical?
Eu gosto de dedilhar no meu violão e de fazer músicas engraçadas sobre o que me rodeia.

Como evoluí a tua espiritualidade?
Visitar os lugares sagrados do mundo tem sido uma das minhas paixões, a minha evolução espiritual evolui muito mais rapidamente deste modo.
Também estive em Ankor Wat, Camboja, um sitio muito espiritual e mágico. São pontos no mundo muito intensos e de uma pura energia.
O próximo lugar onde quero ir é a Sedona, Arizona. Tenho tido sonhos em que devia visitar o Grand Canyon nos Estados Unidos e quero, muito, meditar naqueles gigantes precipícios vermelhos e pedregulhos à minha volta. Quero, também, falar e conhecer professores de lá para aprender mais. Serei sempre a professora e a aluna.
Nesta primavera irei ser uma instrutora certifica de Hatha Yoga e professora de Reiki. Adoro estar com os meus professores que são muito diferentes de mim, porque têm anos e anos de sabedoria e conhecimento...
A paz mundial começa do interior.

Cláudia Martins, Açoriano Oriental, 20 de Fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Uma noite à NY

Ontem à noite eu e o meu namorado decidimos ir beber um chá marroquino.
Antes de entrarmos no bar, tanto eu e o Nuno, notámos um cheiro diferente: julgávamos vir do Marrakesh, alguma xiça, comida ou chá com diferentes essências que, possivelmente, estivessem a confeccionar.
Minutos depois, entra em em sobressalto, dentro do bar, um homem a pedir-nos que ligássemos para os bombeiros porque a casa da frente estava a arder.
A Dona do bar, repleta de nervos, voou de imediato a sete pés para o telefone. E eu, num reflexo do momento, fui até aos meus contactos para retirar o número dos bombeiros.

Tanto eu como a proprietária do bar fomos de encontro à porta para ver-mos o ponto de situação. Nunca tínhamos avistado um incêndio daquelas dimensões.
A casa à frente, que cremava, era o antigo edifício da RTP A; estava em obras e iria, na próxima semana, inaugurar uma escola profissional.
O Nuno de imediato segui-nos, ficando a minha mala abandonada na minha cadeira. Inexplicavelmente, e mesmo com toda a agitação provocada pelo incêndio, tive um pressentimento. "A tua mala, vão roubar-te!" - uma voz interior murmurava-me em jeito de pensamento.
Fui imediatamente ao encontro dela. E vi um miúdo com os seus 15/16 anos já todo sorridente na direcção dela. Lancei-lhe um olhar que certamente não irá esquecer. O certo é que naquela noite, ele, nunca mais me olhou de frente. Há sempre quem se aproveite dessas situações. É pena, mas nem no nosso povo podemos confiar. Há sempre gotas poluídas. Será da idade? Não. Nasce de dentro, um vírus que se propaga.

Uma senhora idosa, que morava na casa ao lado, apareceu na varanda aflita. Aconselharam-na a sair de casa e a mais alguém que lá estivesse. Saíram, como quem foge de uma situação destas, agoniadas. Uma delas com um bébé de colo.
Chovia labaredas. Multidões se acumulavam. Abutres da comunicação social circundavam o local e faziam de tudo para capturar boas imagens daquela enorme fogueira que naquela noite iluminou a cidade de Ponta Delgada.

Os policias mandaram-nos recolhermos-nos dentro do bar, para nossa segurança. Já de mala pendurada - sentei-me e continuei o meu chá Casablanca. Bebemos numa velocidade ao som de sirenes. Durante o consumo o meu animo andava o mais baixo possível; daqui a dias ia dar o meu nome nos bombeiros, e queria especializar-me no combate a incêndios. Não sou uma pessoa calma, sou muito impulsiva. Imaginei-me na situação dos colegas bombeiros e confirmei que não tenho tomates, os tomates que julgava ter. Pagámos a conta e voltamos à porta. Sem dúvida que de Marrocos abrimos a porta para NY. As pessoas aglomeravam-se ainda mais. Ninguém estava indiferente.
Saímos por entre uma chuva de labaredas que se envolveram no meu cabelo solto e comprido. O vento fora um inimigo daquela noite. Mais de 60 bombeiros combateram contra o fogo. Presenciei a queda de um bombeiro devido a uma escada que se quebrou. Já sentada dentro do jipe, vejo um vulto preto a voar em decadência contra o solo, acompanhado de um som que só de o imaginar me faz arrepiar. Graças a Deus, este guerreiro da paz, está bem. Um voo de 6m numa aterragem agressiva. Não devia acontecer nada a este anjos da paz. Nada. Nada.

Em direcção a casa, um carro de policia disfarçado - ligou a sua sirene e acelerou a sua velocidade; um combate à droga. Já o Nuno, no mesmo dia, na altura que me vinha a casa buscar, presenciou um combate às drogas, policias encapuçados com armas do género das metralhadores na mão. Uma noite à NY numa ilha considerada uma paz de Cristo.

Estamos em boas mãos! Tenho imenso orgulho nos meus e nossos colegas bombeiros!

Foto: Açoriano Oriental

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Visita às Lagoas do Congro e Nenúfares.

No dia 5 de Fevereiro com os Amigos dos Açores (Associação Ecológica) visitei as Lagoas do Congro e Nenúfares.
Durante esta actividade foi apresentada uma obra "que propõe um conjunto de medidas de gestão para a cratera que envolve as duas lagoas, da autoria de Malgorzata Pietrzak, que desenvolveu estágio profissional na Associação".

Estas lagoas, há mais de 40 anos, foram pontos de referência para os habitantes de Vila Franca do Campo, durante os festejos de São João.
Vimos tritões. Foi-me apresentada, pelo amigo Emanuel, a Zita. Uma senhora impecável que me tem ajudado a delinear o meu percurso até Santiago.

Terminada a actividade, fomos (eu, o Nuno e o Emanuel ) até a uma explanada e seguimos viagem até Lagos. Zona que desconhecia e que adorei conhecer.


Fizemos a nossa acção do dia dando alimento a um, maltratado, cachorro. Ao insistir lá consegui fazer com que viesse comer à minha mão um pouco de pão.